A vacinação contra a covid-19 no Espírito Santo se encaminha para uma nova fase neste mês de abril. Atualmente, fazem parte do público-alvo os idosos de 65 a 69 anos. Segundo a secretaria de Saúde do Estado (Sesa), após a imunização da faixa etária de 60 a 64 anos, serão inseridos no grupo prioritário as pessoas com comorbidades e os profissionais da Educação e da Segurança Pública.
Quem apresenta algum tipo de comorbidade, ou seja, doenças que favorecem o agravamento da covid-19, precisará comprovar por meio de laudo para que tenha direito à vacina. A informação foi confirmada pelo secretário de Saúde, Nésio Fernandes, durante coletiva, realizada nesta segunda-feira (29).
“Estamos orientando os municípios para que estabeleçam com a população a emissão da comprovação das suas comorbidades, a emissão de laudos para que possam ter, de fato, a comprovação de que fazem parte do grupo prioritário, evitando furas-filas”, afirmou.
O secretário explicou que a medida visa combater fraudes. “O Espírito Santo conta com legislação aplicável para combater eventuais fraudes e furas-filas neste novo momento da vacinação que irá observar dados que exigem comprovação de alguma maneira da comorbidade desse paciente. Qualquer tipo de fraude ou documentação falsa, iremos aplicar todo o rigor da legislação”
Segundo Fernandes, a vacinação dos novos grupos será possível por meio das doses de reserva técnica, chamada reserva de contingência. Ele explicou que trata-se de imunizantes enviados a mais para os Estados para repor eventuais perdas no processo. Agora, elas serão usadas para a ampliação dos grupos.
Quais são as comorbidades?
Segundo o Ministério da Saúde, são consideradas comorbidades: diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave.
Casos no Espírito Santo
A expectativa no aumento do público-alvo da vacinação ocorre em um momento crítico da pandemia no Espírito Santo, que deve se agravar ao longo do mês de abril, segundo Nésio Fernandes. Ele apontou que foi alcançado um recorde de números diários de casos no último dia 22 de março.
“Nesta data foram 2.844 casos, superior ao anterior de 28 de dezembro, com 2.757 casos. Esperamos, ao longo dessa e da próxima semana, que o Estado alcance um pico”, alertou. Ele calcula que, neste ritmo de aceleração, com a curva de registros chegando ao máximo, a estabilização possa ocorrer ao longo do mês de abril.
Fernandes alertou que as medidas de isolamento devem ser respeitadas para que a transmissão do vírus desacelere. E isso inclui todos. Tanto doentes, quanto pessoas saudáveis. “Só devemos sair de casa para atividades extremamente essenciais”, frisou.
O secretário abordou as altas taxas de ocupação de leitos hospitalares na rede pública, que chegou aos 95,39% nesta segunda. Segundo ele, as dificuldades também estão sendo sentidas pelas redes privada e filantrópica.
“Temos pedidos para que o SUS possa receber pacientes da rede privada em uma frequência maior que as anteriores. Estamos reconhecendo que a rede hospitalar encontra-se extremamente pressionada pela quantidade de pacientes graves”, afirmou.
O gerente Estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, também falou sobre a vacinação, reforçando que tendência é que haja maior quantidade disponível de imunizantes ao longo de abril. “Nós estamos com a expectativa de abril e maio ter um número muito grande de vacinas acima do distribuído, tanto pelo Ministério da Saúde, quanto pela compra de vacinas pelo Estado”, apontou o gerente, que recomendou que os municípios se mobilizem mais ainda em suas campanhas de aplicação de doses.